22 Junho 2021 22:11

Teoria Geral do Equilíbrio

O que é a teoria geral do equilíbrio?

A teoria do equilíbrio geral, ou equilíbrio geral walrasiano, tenta explicar o funcionamento da macroeconomia como um todo, ao invés de coleções de fenômenos de mercado individuais.

A teoria foi desenvolvida pelo economista francês Leon Walras no final do século XIX. Ela contrasta com a teoria do equilíbrio parcial, ou equilíbrio parcial marshalliano, que analisa apenas mercados ou setores específicos.

Principais vantagens

  • O equilíbrio geral analisa a economia como um todo, em vez de analisar mercados únicos, como na análise de equilíbrio parcial.
  • O equilíbrio geral mostra como a oferta e a demanda interagem e tendem a um equilíbrio em uma economia de múltiplos mercados trabalhando ao mesmo tempo.
  • O equilíbrio dos níveis concorrentes de oferta e demanda em diferentes mercados cria, em última análise, um equilíbrio de preços.
  • O economista francês Leon Walras introduziu e desenvolveu a teoria no final do século XIX.

Compreendendo a teoria geral do equilíbrio

Walras desenvolveu a teoria do equilíbrio geral para resolver um problema muito debatido em economia. Até aquele ponto, a maioria das análises econômicas demonstrou apenas equilíbrio parcial – isto é, o preço pelo qual a oferta é igual à demanda e os mercados se liberam – em mercados individuais. Ainda não foi demonstrado que o equilíbrio poderia existir para todos os mercados ao mesmo tempo em conjunto.

A teoria do equilíbrio geral tentou mostrar como e por que todos os mercados livres tendem ao equilíbrio no longo prazo. O fato importante é que os mercados não atingem necessariamente o equilíbrio, apenas que tendem a ele. Como escreveu Walras em 1889: “O mercado é como um lago agitado pelo vento, onde a água busca incessantemente seu nível, sem nunca alcançá-lo”.

A teoria do equilíbrio geral baseia-se nos processos de coordenação de um sistema de preços de livre mercado, amplamente popularizado pela primeira vez por Adam Smith em “The Wealth of Nations” (1776). Este sistema diz que os comerciantes, em um processo de licitação com outros comerciantes, criam transações comprando e vendendo mercadorias. Esses preços de transação agem como sinais para outros produtores e consumidores para realinhar seus recursos e atividades ao longo de linhas mais lucrativas.

Walras, um matemático talentoso, acreditava ter provado que qualquer mercado individual estaria necessariamente em equilíbrio se todos os outros mercados também estivessem em equilíbrio. Isso ficou conhecido como Lei de Walras.



A teoria do equilíbrio geral considera a economia como uma rede de mercados interdependentes e busca provar que todos os mercados livres eventualmente se movem em direção ao equilíbrio geral.

Considerações Especiais

Existem muitas suposições, realistas e irrealistas, dentro da estrutura de equilíbrio geral. Cada economia possui um número finito de bens em um número finito de agentes. Cada agente tem uma função de utilidade contínua e estritamente côncava, juntamente com a posse de um único bem pré-existente (o “bem de produção”). Para aumentar sua utilidade, cada agente deve trocar seu bem de produção por outros bens a serem consumidos.

Há um conjunto específico e limitado de preços de mercado para os bens nesta economia teórica. Cada agente conta com esses preços para maximizar sua utilidade, criando assim a oferta e a demanda de vários bens. Como a maioria dos modelos de equilíbrio, os mercados carecem de incerteza, conhecimento imperfeito ou inovação.

Alternativas para a teoria geral do equilíbrio

O economista austríaco Ludwig von Mises desenvolveu uma alternativa para o equilíbrio geral de longo prazo com sua chamada Economia Rotativa Uniforme (ERE). Essa era outra construção imaginária e compartilhava algumas suposições simplificadoras com a economia de equilíbrio geral: sem incerteza, sem instituições monetárias e sem mudanças perturbadoras nos recursos ou na tecnologia. O ERE ilustra a necessidade do empreendedorismo, mostrando um sistema onde não existia.

Outro economista austríaco, Ludwig Lachmann, argumentou que a economia é um processo contínuo e não estável, repleto de conhecimento subjetivo e expectativas subjetivas. Ele argumentou que o equilíbrio nunca poderia ser matematicamente provado em um mercado geral ou não parcial. Aqueles influenciados por Lachmann imaginam a economia como um processo evolutivo aberto de ordem espontânea.