23 Junho 2021 5:49

Princípios de Contabilidade Regulatória (RAP)

O que são princípios de contabilidade regulatória?

Os princípios contábeis regulatórios (RAP) foram introduzidos pelo antigo Conselho do Banco Federal de Empréstimos à Habitação (FHLBB) para a indústria de poupança e empréstimo (poupanças) que supervisionou na década de 1980 com resultados desastrosos. Os princípios contábeis regulatóriosforam criados para ajudar as associações de poupança e empréstimo de baixo valor líquido a atender aos requisitos de capital. Os procedimentos contábeis falhos que o FHLBB permitia que as economias usassem liberalmente foram apontados como uma das causas subjacentes do desastre da indústria de poupança e empréstimo no final dos anos 1980.

Compreendendo os Princípios de Contabilidade Regulatória (RAP)

As regras relaxadas do RAP permitiram que muitas instituições insolventes aumentassem artificialmente seus lucros declarados e patrimônio líquido. Alguns dos princípios contábeis notórios que as economias foram permitidas a aplicar foram:

  • Registrar uma perda com a venda de um empréstimo hipotecário como um ativo que pode ser amortizado durante a vida restante da hipoteca. Na década de 1980, as economias mantinham grandes carteiras de hipotecas de longo prazo contabilizadas a custo em seus balanços. O forte aumento das taxas de juros durante a década causou quedas no valor de mercado dessas hipotecas substancialmente abaixo do valor contábil, mas a RAP permitiu que as perdas fossem classificadas como ativos. Além disso, o diferimento de perdas permitiu que as poupanças continuassem a alavancar ativos a um requisito de capital de 3%, e a gerar incentivos fiscais a partir da amortização de perdas realizadas.
  • Reconhecimento total e imediato da receita de taxas de empréstimos para construção. Atuante no mercado imobiliário na década de 1980, a economia foi capaz de contabilizar taxas (2,5% do valor do empréstimo) de empréstimos de construção originados inteiramente à vista, em vez de reconhecimento parcial para corresponder aos custos incorridos na originação do empréstimo e então proporcionalmente para o saldo a taxa ao longo da vida do empréstimo.
  • Inclusão do “patrimônio líquido avaliado” para cálculo do patrimônio líquido regulatório. O capital social avaliado, um conceito novo, era o valor que certos ativos de capital, como o imobilizado, haviam valorizado acima de seus valores contábeis. Permitiu-se que a economia fosse seletiva, registrando apenas esses ganhos de valorização não realizados para ativos de capital cujos valores de mercado aumentaram acima dos valores contábeis; ativos cujos valores de mercado caíram abaixo dos valores contábeis podem ser ignorados.
  • Amortização de ágio de quarenta anos de poupanças adquiridas. As economias problemáticas que foram adquiridas carregavam quantias significativas de ativos hipotecários muito abaixo dos valores contábeis. Ao comprar outra economia com tais ativos com um grande desconto (valor justo de mercado menos o valor contábil), a economia foi capaz de registrar a receita ao longo da vida estimada dos ativos com base no método de juros de 10 anos. A amortização do goodwill, por outro lado, poderia ser distribuída por 40 anos, o que significava que durante o período de 10 anos após a aquisição, o adquirente poderia contabilizar os lucros, uma vez que a despesa anual de amortização do goodwill era muito menor do que sob um requisito de 10 anos que existia antes da implementação do RAP.

No rescaldo da crise de poupança e empréstimos, o Congresso eliminou o FHLBB e, junto com ele, o RAP. A Resolution Trust Corporation foi criada e as economias que sobreviveram foram forçadas a começar a usar as regras GAAP.