Ética do gerente de ativos: gerenciamento de riscos e conformidade
Antigamente, o conformidade eram incômodos mal tolerados no mundo do gerenciamento de investimentos. Os gerentes e consultores eram apenas “encorajados” a participar de processos que consideravam simples e irritantes. Porém, após a grande crise financeira de 2008, esses procedimentos e processos passaram a fazer parte do processo de investimento. Com a evoluçãoda Regra Fiduciária doDepartamento de Trabalho, as diretrizes de conformidade e gerenciamento de risco foram ainda mais consolidadas na base de todas as práticas de consultoria.
Grande crise financeira: uma virada de jogo
Antes da crise financeira, o mercado havia experimentado deslocamentos isolados e ocasionais explosões de empresas devido à má gestão ou atividades ilegais. Embora esses incidentes tenham sido devastadores e afetaram a vida de muitos, a amplitude da crise imobiliária em 2008 não deixou ninguém intocado no país. Aqueles que pensaram que suas carteiras eram diversificadas descobriram que seus investimentos estavam correlacionados. Aqueles que presumiram que seus procedimentos de risco os consideravam e os protegiam até mesmo dos cenários mais improváveis descobriram que eles estavam gravemente incorretos.
Alguns gerentes de investimentos e consultores financeiros podem argumentar que essa crise foi única, que aprendemos com ela e que a probabilidade de uma repetição é baixa. Para os clientes, mesmo a menor chance de um evento semelhante é excessiva quando o dano causado é tão grande. Portanto, os clientes estão exigindo mais garantias de que seus ativos sejam tratados da forma mais segura possível. Por sua vez, os gerentes de dinheiro e consultores devem projetar processos de risco e conformidade que sejam mais eficazes na manutenção e mitigação de riscos, ao mesmo tempo que não se restringem ao gerenciamento de ativos de forma adequada.
Diretrizes de Risco e Conformidade
O diretrizes para tornar as diretivas de conformidade tão eficazes quanto possível. Os procedimentos de conformidade e gerenciamento de risco devem fazer o seguinte:
1. Requisitos legais e regulamentares
Em primeiro lugar, políticas e procedimentos de conformidade precisam ser desenvolvidos para garantir que todas as atividades de investimento estejam em conformidade com as leis e regulamentos. As leis federais que se aplicam aos gestores de ativos resultarão em programas de relatórios de conformidade semelhantes, mas os controles internos específicos de cada programa de gestor podem ser ligeiramente diferentes.
Por exemplo, ferramentas que exigem que cada membro da equipe de investimento “avalie” sua conformidade são às vezes desenvolvidas especificamente para esse gerente ou consultor. Esses programas variam de acordo com o tamanho da empresa e o tipo de investimentos em que cada empresa se compromete; no entanto, a maioria das empresas seguirá as mesmas diretrizes da legislação recente do Departamento do Trabalho.
2. Função separada
Criar uma função independente para uma equipe ou gerente de conformidade – separada da equipe de investimento – é uma boa maneira de permitir que uma equipe de conformidade implemente os procedimentos mais eficazes. Um oficial de conformidade deve ser responsável por projetar, implementar e supervisionar os procedimentos e políticas.
Por exemplo, o diretor de conformidade deve garantir que o cliente seja a principal prioridade, revisando todas as transações pessoais e firmes. Um gerente de risco precisa desenvolver uma ferramenta de risco eficaz que possa criar limites ou diretrizes de risco, monitorar os investimentos, determinar as áreas de risco potencial e implementar ações corretivas. A equipe e os procedimentos de compliance devem “transmitir regularmente a todos os funcionários que o cumprimento das políticas e procedimentos de compliance é crucial e que quem os violar será responsabilizado”, de acordo com o CFA Institute.
3. Verificação de terceiros
As informações da carteira do cliente devem ser verificadas por terceiros para garantir que sejam precisas e completas. Não apenas aumenta a credibilidade do gerente, mas pode ajudar a identificar áreas de risco em potencial. A verificação de terceiros pode assumir a forma de uma auditoria anual ou por meio de confirmações comerciais de um custodiante.
4. Manutenção de registros
Manter registros precisos e de fácil avaliação é um requisito importante por vários motivos. Para fins de conformidade e risco, o CFA Institute sugere que “os gestores devem reter registros que comprovem suas atividades de investimento, o escopo de suas pesquisas, a base para suas conclusões e os motivos das ações tomadas em nome de seus clientes”.
A manutenção meticulosa de registros e a transparência das informações são itens destacados na Regra Fiduciária do Departamento do Trabalho. Além disso, os registros precisos podem ajudar a implementar o gerenciamento de risco no back-teste de vários cenários de risco para determinar os níveis de correlação ou outras métricas de risco.
5. Recursos apropriados
Pessoal qualificado e recursos tecnológicos adequados são necessários para monitorar as ações de investimento. Isso inclui a capacidade de analisar e rastrear completamente as decisões e ações de investimento. Essas ferramentas de rastreamento devem identificar que os interesses do cliente são uma prioridade e os serviços que os clientes recebem estão dentro do alcance de seu contrato.
Os controles internos também são necessários para evitar atividades ilegais com relação ao relacionamento com o cliente, como a oferta excessiva de presentes e outros processos questionáveis. O termo “recursos apropriados” não se aplica apenas ao número de funcionários, mas também às qualificações dos funcionários. As práticas de consultoria têm a responsabilidade de empregar funcionários experientes e bem informados, fornecer divulgação completa e implementar ferramentas de gestão de dinheiro aprovadas por instituições regulatórias.
Em termos de gestão de risco, os consultores precisam de recursos adequados, tanto de capital humano quanto de tecnologia, para serem capazes de realizar com competência as pesquisas e análises necessárias para tomar decisões de investimento informadas. As ferramentas tecnológicas podem incluir software para realizar análises como Value at Risk (VaR) ou modelos estocásticos. Um processo de gerenciamento de risco também precisa incluir o monitoramento regular do portfólio – no nível das participações e para o portfólio geral – para garantir que ele seja gerenciado dentro das diretrizes do cliente. Isso é cada vez mais importante à medida que títulos mais sofisticados, como derivativos ou outros investimentos alternativos são usados.
6. Planejamento de desastres
A crise financeira de 2008 destacou o fato de que um plano de gestão durante um desastre e recuperação é essencial. Os procedimentos desenvolvidos para proteger os interesses do cliente podem incluir uma instalação externa de backup, criação de monitoramento secundário e sistemas de negociação e desenvolvimento de planos de comunicação para os funcionários. Esses planos devem ser desenvolvidos por todos dentro da empresa, revisados regularmente e testados periodicamente em toda a empresa.
The Bottom Line
Eventos como desastres naturais, ataques terroristas ou quedas de mercado costumavam parecer improváveis, mas a natureza global dos mercados aumentou a probabilidade de ocorrências incomuns, trazendo à tona a necessidade de fortes processos de risco e conformidade em qualquer organização. Esses processos, que irão melhorar a diligência e o cuidado com que os administradores investem os ativos dos clientes, devem estabelecer procedimentos que são revisados e testados regularmente.