23 Junho 2021 10:49

Quais são alguns exemplos de diferentes sistemas de governança corporativa?

Diferentes modelos de governança corporativa têm se tornado cada vez mais examinados e analisados ​​à medida que a globalização se instala nos mercados mundiais. Também se tornou cada vez mais claro que os ambientes e estruturas corporativos podem variar de maneiras substantivas, mesmo quando os objetivos de negócios são geralmente universais. Existem três modelos dominantes nas empresas contemporâneas: o modelo anglo-americano, o modelo alemão e o modelo japonês.

Em certo sentido, as diferenças entre esses sistemas podem ser vistas em seus enfoques. O modelo anglo-americano é voltado para o mercado de ações, enquanto os outros dois se concentram nos mercados bancário e de crédito. O modelo japonês é o mais concentrado e rígido, enquanto o modelo anglo-americano é o mais disperso e flexível.

O modelo anglo-americano

O modelo anglo-americano, também conhecido como modelo anglo-saxão, foi elaborado pelas sociedades de negócios mais individualistas da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. Esse modelo apresenta o conselho de administração e os acionistas como os controladores. Os gerentes e diretores têm autoridade secundária.

Os administradores obtêm sua autoridade do conselho, que (teoricamente) está sujeito à aprovação dos acionistas com direito a voto;entretanto, a maioria das empresas com sistemas de governança corporativa Anglo-US tem controles legislativos sobre a capacidade dos acionistas de afirmar o controle prático do dia a dia sobre a empresa. A estrutura de capital e acionistas é altamente dispersa nos mercados anglo-americanos. Além disso, as autoridades reguladoras, como a Securities and Exchange Commission (SEC)dos Estados Unidos, apoiam explicitamente os acionistas nos conselhos ou gerentes.

O modelo alemão

O modelo alemão, por vezes referido como modelo continental ou modelo europeu, é executado por dois grupos. O conselho fiscal e a diretoria executiva.

A diretoria executiva é responsável pela gestão corporativa; o conselho fiscal controla a diretoria executiva. O conselho fiscal é escolhido pelos funcionários e acionistas. O governo e o interesse nacional são fortes influências no modelo continental, e muita atenção é dada à responsabilidade da corporação de se submeter aos objetivos do governo e à melhoria da sociedade. Os bancos também costumam desempenhar um grande papel financeiro e na tomada de decisões para as empresas.

O modelo japonês

O modelo japonês é o mais discrepante dos três. Os padrões de governança tomam forma à luz de duas relações jurídicas dominantes: uma entre acionistas, clientes, fornecedores, credores e sindicatos de funcionários; a outra entre administradores, gerentes e acionistas.

Existe um senso de responsabilidade conjunta e equilíbrio no modelo japonês. A palavra japonesa para esse equilíbrio é “keiretsu”, que se traduz aproximadamente em lealdade entre fornecedores e clientes. Na prática, esse equilíbrio assume a forma de postura defensiva e desconfiança de novas relações de negócios em favor das antigas.

Os reguladores japoneses desempenham um grande papel nas políticas corporativas, muitas vezes porque os principais interessados ​​nas empresas incluem funcionários japoneses. Os bancos centrais e o Ministério das Finanças do Japão revisam as relações entre os diferentes grupos e têm controle implícito sobre as negociações.

Dada a inter-relação e concentração de poder entre as muitas empresas e bancos japoneses, também não é surpreendente que a transparência corporativa esteja faltando no modelo japonês. Os investidores individuais são vistos como menos importantes do que as entidades empresariais, o governo e grupos sindicais.