Quem se beneficia com o empréstimo de ações em uma venda a descoberto?
Uma venda a descoberto é um tipo comum de comércio no mundo financeiro. Envolve a venda de um ativo que o negociante não possui. O negociante toma emprestado o ativo e então – em uma data posterior especificada – o compra de volta e o devolve ao dono do ativo. A filosofia de investimento é que o preço do ativo emprestado diminuirá e o investidor terá lucro ao vender a um preço mais alto e recomprar a um preço mais baixo. Vender a descoberto é feito com margem e é um empreendimento arriscado devido ao potencial ilimitado de perda.
Ao determinar quem se beneficia com o empréstimo de ações em uma venda a descoberto, primeiro precisamos esclarecer quem está fazendo o empréstimo em uma transação de venda a descoberto. Muitos investidores individuais pensam que – porque suas ações são as que estão sendo emprestadas ao tomador do empréstimo – eles receberão algum benefício; mas este não é o caso.
Benefícios do empréstimo de ações
Quando um negociante deseja assumir uma posição vendida, ele toma as ações emprestadas de uma corretora sem saber de onde as ações vêm ou a quem pertencem. As ações emprestadas podem estar saindo da conta de margem de outro corretor, das ações mantidas no estoque da corretora ou mesmo de outra corretora. É importante observar que, uma vez realizada a transação, o corretor é a parte que faz o empréstimo, não o investidor individual. Portanto, qualquer benefício recebido (junto com qualquer risco) pertence ao corretor.
O corretor recebe uma quantia de juros pelo empréstimo das ações e também recebe uma comissão pela prestação desse serviço. No caso de o vendedor a descoberto não conseguir (devido a uma falência, por exemplo) devolver as ações que tomou emprestado, a corretora é responsável por devolver as ações emprestadas. Embora isso não seja um grande risco para o corretor devido aos requisitos de margem, o risco de perda ainda existe, e é por isso que o corretor recebe os juros do empréstimo.
No caso de o credor das ações desejar vender as ações, o vendedor a descoberto geralmente não é afetado. A corretora que emprestou as ações da conta de um cliente a um vendedor a descoberto geralmente substituirá as ações de seu estoque existente. As ações são vendidas e o credor recebe o produto da venda em sua conta. A corretora ainda deve as ações do vendedor a descoberto.
A principal razão pela qual a corretora – não o indivíduo detentor das ações – recebe os benefícios de emprestar ações em uma transação de venda a descoberto pode ser encontrada nos termos do contrato de conta de margem. Quando um cliente abre uma conta de margem, geralmente há uma cláusula no contrato que afirma que o corretor está autorizado a emprestar – para si mesmo ou para terceiros – quaisquer títulos detidos pelo cliente. Ao assinar este acordo, o cliente renuncia a qualquer benefício futuro de ter suas ações emprestadas a terceiros.
The Bottom Line
A venda a descoberto é uma operação arriscada, mas pode ser lucrativa se executada corretamente com as informações corretas de apoio à operação. Em uma transação de venda a descoberto, um corretor que detém as ações normalmente é o que mais se beneficia, pois pode cobrar juros e comissão sobre o empréstimo das ações em seu estoque. O real proprietário das ações não se beneficia devido às estipulações estabelecidas no contrato de conta de margem.