Efeito Pigou
Qual é o efeito Pigou?
O efeito Pigou é um termo em economia que se refere à relação entre consumo, riqueza, emprego e produção durante os períodos de deflação. Definindo riqueza como a oferta de moeda dividida pelos níveis de preços atuais, o efeito Pigou afirma que, quando há deflação de preços, o emprego (e, portanto, a produção) aumentará devido a um aumento na riqueza (e, portanto, no consumo).
Alternativamente, com a inflação dos preços, o emprego e a produção diminuirão, devido à redução do consumo. O efeito Pigou também é conhecido como “efeito de equilíbrio real”.
Principais vantagens
- O efeito Pigou afirma que uma deflação nos preços resultará em aumento do emprego e da riqueza, permitindo que a economia retorne às suas “taxas naturais”.
- O economista de Harvard, Robert Barro, afirmou que o governo não pode criar um “efeito Pigou” emitindo mais títulos.
- O “efeito Pigou” tem aplicabilidade limitada para explicar a economia deflacionária do Japão.
Compreendendo o Efeito Pigou
Arthur Pigou, que deu nome a esse efeito, argumentou contra a teoria econômica keynesiana ao professar que os períodos de deflação devido a uma queda na demanda agregada seriam mais autocorretivos. A deflação causaria um aumento da riqueza, fazendo com que os gastos aumentassem, corrigindo assim a queda da demanda.
O Efeito Pigou na História
O efeito Pigou foi cunhado por Arthur Cecil Pigou em 1943, em “The Classical Stationary State”, um artigo do Economic Journal. No artigo, ele propôs a ligação dos saldos com o consumo anteriormente, e Gottfried Haberler fez uma objeção semelhante um ano após a publicação da Teoria Geral.
Na tradição da economia clássica, Pigou preferia a ideia de “taxas naturais” às quais uma economia normalmente retornaria, embora reconhecesse que preços rígidos ainda poderiam impedir a reversão aos níveis naturais de produção após um choque de demanda. Pigou viu o efeito “Real Balance” como um mecanismo para fundir os modelos keynesiano e clássico. No efeito “Saldo Real”, o maior poder de compra do dinheiro resulta em diminuição dos gastos do governo e de investimento.
No entanto, se o efeito Pigou sempre operou predominantemente em uma economia, as taxas de juros nominais próximas de zero no Japão poderiam acabar com a histórica deflação japonesa da década de 1990 mais cedo.
Outra evidência aparente contra o efeito Pigou do Japão pode ser a estagnação prolongada dos gastos do consumidor enquanto os preços estavam caindo. Pigou disse que a queda nos preços deve fazer com que os consumidores se sintam mais ricos (e aumentar os gastos), mas os consumidores japoneses preferem adiar as compras, esperando que os preços caiam ainda mais.
Dívida governamental e o efeito Pigou
Robert Barro argumentou que, devido à equivalência ricardiana na presença de um motivo de herança, o público não pode ser enganado e pensar que é mais rico do que quando o governo emite títulos para ele. Isso ocorre porque os cupons de títulos do governo devem ser pagos aumentando os impostos futuros. Barro argumentou que, no nível microeconômico, o nível subjetivo de riqueza deveria ser atenuado por uma parcela da dívida contraída pelo governo nacional.
Como consequência, os títulos não devem ser considerados como parte da riqueza líquida no nível macroeconômico. Isso, afirma ele, implica que não há como um governo criar um “efeito Pigou” emitindo títulos, porque o nível agregado de riqueza não aumentará.