Como o sistema econômico soviético afetou os bens de consumo?
A agora extinta bens de consumo. Os bens disponíveis para eles eram geralmente inferiores aos disponíveis no Ocidente.
Durante suas quase sete décadas de existência, de 1922 a 1991, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi uma das duas maiores potências comunistas – a outra sendo a China – que seguia o modelo de planejamento centralizado de sua economia, um princípio básico do comunismo.
Como tal, os cidadãos comuns da União Soviética geralmente não tinham acesso a bens de consumo importados, especialmente aqueles fabricados nos Estados Unidos. Também conhecida como “Cortina de Ferro”, o sistema econômico soviético clamava por autossuficiência em todas as questões, do pão às roupas, dos carros aos caças.
A União Soviética falhou por vários motivos. Analistas políticos dizem que o sistema econômico soviético era inferior à economia de livre mercado adotada pelos Estados Unidos e pela maior parte do Ocidente.
A análise de input-output desenvolvida pelo economista ganhador do Prêmio Nobel Wassily Leiontief vê a economia como uma rede de indústrias interconectadas; a produção de uma indústria é usada como entrada por outra.
O planejamento centralizado, entretanto, deixava pouco espaço para ajustes rápidos a erros de julgamento ou fatores externos fora do controle do estado. Quando um setor faliu, os outros seguiram o exemplo.
Em meados da década de 1980, a União Soviética tinha 98% do controle do comércio varejista. Negócios privados eram tabu. Apenas as pequenas propriedades familiares nas áreas rurais permaneceram nas mãos dos cidadãos.
Nesse ínterim, os países ao redor da União Soviética nos anos pós-Segunda Guerra Mundial haviam se tornado potências econômicas, produzindo bens de consumo que melhoraram enormemente a qualidade de vida dos cidadãos que podiam pagá-los. Com carros alemães, perfumes franceses, vinhos italianos e eletrodomésticos britânicos, os europeus ocidentais levavam uma vida boa em comparação com seus colegas soviéticos, que se acostumaram a longas filas sempre que a cadeia de suprimentos do farm-to-market era interrompida.
Pior de tudo, os consumidores na União Soviética desenvolveram um gosto por produtos estrangeiros, como jeans Levi feitos nos Estados Unidos, apesar de trajes semelhantes feitos na União Soviética estarem disponíveis a preços mais baixos. Não importava se os jeans fossem contrabandeados e vendidos a preços atrozes. Os consumidores soviéticos tinham exposição suficiente ao mundo exterior para se familiarizar com o que estava disponível e para exigir produtos de melhor qualidade do que o sistema econômico soviético poderia fornecer.
Ao longo de sua história, a União Soviética tentou instilar em seu povo a mensagem de que o consumismo era um mal que pertencia apenas ao Ocidente decadente. Os consumidores soviéticos acreditavam o contrário, razão pela qual saudaram a perestroika e o colapso da URSS.